– Mãe, você já comeu marmelada?
– Uma vez, quanda era criança e achei ruim!
– Hum...
– É quenem goiabada.
– Eu já comi também!!! – gritou o pai de longe.
– E ...?
– Achei ruim.
– Mas como que é.
– É quenem goiabada, só que de marmelo.
– Hummm. E o que é marmelo?
– É uma fruta assim um pouco menor que um melão.
– Humm.
E esta foi uma das poucas vezes em que ele associara marmelada a uma coisa concreta, um doce. Um doce que ele nunca viu nem provou, de uma fruta que ele nunca viu nem provou.
“É marmelada! É marmelada! É marmelada...” tomou conta de sua cabeça e voltou a ser somente um substantivo abstrato.